27 - Mãos Divinas

 

 

Piso-te sólida,

Impura e certa,

Quantas vezes mórbida?!

Mas sempre concreta.

 

Flutuo no ar,

Tão puro e concreto,

Quantas vezes insólido?!

Tão quanto é incerto.

 

Situo-me entre mistérios,

Difíceis de imaginar!

Nunca sei quando incerto,

Nem quanto abstrato está.

 

Como podem mãos humanas,

Tudo isso ostentar ,

Que somente as mãos divinas,

É que puderam criar.

 

Existem tantos mistérios

E tanta distância também!

Entre o certo e o errado,

Amor e ódio, mal e o bem.

 

Ó mãos Divinas!

Que soube o universo criar,

Como pôde, da concreta terra,

Este abstrato céu separar?

 

Deus de misericórdia,

Não nos permita mutilar,

As belezas, desta terra,

Esse céu poder olhar.

 

Universo bendito,

Que tantos mistérios há?

Entre a concreta terra,

Um céu abstrato está!

 

  

Marinilza Ferreira de Vasconcelos